Livro Conquistas de uma vida
Autor: Francisco Alair Casagrande
Edição do autor
Cidade: Londrina
Gráfica e Editora: Midiograf
Ano: 2020
Resenha
O livro “Conquistas de uma vida” (2020), de Francisco Alair Casagrande, entrelaça a história do autor com a do seu país. O Brasil do século XIX era um país em construção, a ponto de demandar mão de obra estrangeira, razão pela qual o vapor Medusa desembarcou em solo brasileiro os ascendentes da família Casagrande, provenientes da Itália.
“Seo” Francisco, assim o conheci no final do ano de 2020, auge da pandemia da “Covid-19”. Porém, ele só noticiou sua obra em 2023, quando trocamos impressões sobre livros e lhe disse que minha esposa, Michele, era proprietária de uma editora, exercendo a nobre missão de divulgar cultura, na verdade, um ato civilizatório em um país que lê tão pouco.
O livro do “seo” Francisco não relata apenas “as conquistas de uma vida”, mas a trajetória de vitórias e de infortúnios, de projetos e desilusões, avanços e recuos, de viagens e retornos, enfim, a saga de um homem alimentado pela esperança e pela fé. Em todas as etapas do livro, confirma-se o prefácio escrito pelo filho, Robson, ao dizer que a história do pai “é um convite ao conhecimento”, pois ele carrega a virtude de ser um “esticador de horizontes”. Seus empreendimentos, mergulhados em êxitos e adversidades, propiciaram um horizonte amplo de viagens e de conhecimentos, que o autor gentilmente partilha com seus leitores.
Francisco conheceu o Brasil profundo, mergulhou mata adentro, espichando a perspectiva de um pedaço do território pouco conhecido dos brasileiros nos anos de 1970. Desvelou o lado empreendedor e as dificuldades na lida empresarial diante das oscilações econômicas e políticas, uma constante no Brasil. A biografia do país e a história do biografado se confundem em vários momentos da obra.
Ao final do livro, seo Francisco demonstra gratidão pelas “conquistas” que a vida lhe proporcionou, decorrente do seu esforço e de sua coragem, mas sem deixar de reconhecer a miséria dos irmãos de sua pátria, a maioria – segundo ele – “por falta de oportunidades”. Ainda falta educação de qualidade e política qualificada para gerir o Brasil do amanhã, o futuro da nossa gente.
O livro é inspirador e convida o leitor a viajar por várias paisagens do Brasil e, igualmente, a outros tantos belíssimos cenários estrangeiros. Mas a viagem que guia este leitor, em especial, é a que começa com aquele menino pobre no interior do Estado de São Paulo, passa por Ivaiporã, Mato Grosso, São Paulo e termina na amizade partilhada no Condomínio do London Village, em Londrina.
Alegro-me pela oportunidade de ler sua biografia e de conhecer parte de sua encantadora história de vida, além dos ensinamentos repartidos, como aquele com que encerra o livro: “Caso cair, sempre caia de pé, nunca deitado, peça a Deus e vá em frente”.
Por fim, seo Franciso, uma última palavra: obrigado! Obrigado por tudo o que fez na construção de sua biografia e, especialmente, por ajudar a construir parte do Brasil.
Clodomiro Bannwart, Londrina, Carnaval de 2023.