O livro procurou enxergar o Direito nas entrelinhas dos filmes comentados. Compreender como o Direito se manifesta; seu impacto na vida das pessoas e sua possível vinculação com o justo, independentemente do pano de fundo. Perceber os fundamentos do Direito, compreender a razão de ser de seus princípios. Assimilar conceitos como liberdade, igualdade e dignidade pela magia da Sétima Arte. Com esse intento, vieram os textos sobre Não Me Abandone Jamais, O Senhor das Moscas, Lixo Extraordinário, As Invasões Bárbaras, VIPs e Zorba: o grego, Babel, os quais abriram espaço para falar sobre dignidade da pessoa humana vs. utilitarismo; contrato social, Estado e Direito Natural; desenvolvimento sustentável; bioética e ética; retórica e teoria da argumentação; ser e dever ser; e até nexo causal. Com o tempo, as abordagens transcenderam as fronteiras exclusivamente jurídicas. Em certos filmes, vieram à tona, de maneira indireta, temas da Filosofia, como O Mito de Sísifo, o Existencialismo sartriano, a Dialética do Senhor e do Escravo de Hegel, o Eterno Retorno e o Amor Fati, ambos de Nietzsche, a Filosofia da Linguagem de Wittgenstein, As Sete Idades do Homem, segundo Shakespeare, o Demônio de Laplace e Walden ou a Vida nos Bosques, de Henry David Thoreau. Tais conexões, s.m.j., são fundamentais a quem trabalha com o Direito, na medida em que trazem uma visão humanística, tão relevante e necessária ao profissional do Direito. Como disse Cícero – citado por Miguel Reale em suas Lições Preliminares do Direito –, “se você quer conhecer o Direito, deve antes conhecer o ser humano”. E, nesse ponto, o Cinema se afigura como importante aliado ao revelar o ser humano em sua dimensão interna e social.